Miguel Martinez é um ex-dirigente acropolitano que resolveu prestar esclarecimentos sobre a Nova Acrópole. O seu texto é esclarecedor e básico para a compreensão se a Nova Acrópole é realmente uma seita ou não.
Muitas pessoas estão sabendo da disputa entre Massino Introvigne, diretor do CESNUR(“Centro para estudos de Novas Religiões”) e nosso website, um a disputa que tem tocado num número grande de tópicos.
No entanto, a razão básica de toda essa disputa não deve ser esquecida: Massino Introvigne publicou um estudo sobre Nova Acrópole, Um pequeno grupo com características incomuns para um “culto”. A proposta do estudo era mostrar que antigos membros do culto que criticavam os grupos que pertencera são “inimigos profissionais”realmente que foram submetidos a coisas como quase Lavagem cerebral pelos chamados “movimentos anti-cultos”:
“No entanto, o apóstata— que tomou uma coalisão de oposição lutando contra a organização— clama que ele ou ela foi uma “vítima” ou um “prisioneiro” que não se afiliou voluntariamente. Isso, claro, implica que a organização por ela mesma era a incorporação de um mal extraordinário.”
Eu fui o único “apóstata” (como Introvigne nomeia os antigos membros críticos) mencionado por nome, e num contexto de uma série de pontos demonstravelmente falsos sobre uma ação legal submetida a mim pela Nova Acrópole.
Assim, a frase que eu separei acima aparece para descrever minha história pessoal e minhas idéias.
Basicamente, o estudo de Introvigne:
tenta demonstrar que aqueles que foram membros de um culto geralmente têm uma memória positiva de suas experiências. Isso é totalmente irrelevante. O que importa são os fatos e os documentos os quais os ex-membros apresentam descrevendo o culto. Em outras palavras, cem clientes felizes de um açougueiro não podem negar as fotografias tiradas por um ex-funcionário claramente mostrando que o que é vendido como carne de vaca é na verdade pedaços de gato.
Existem duas possibilidades. Ou Introvigne estava profundamente desinformado ( e isso seria muito sério para um estudo que se diz científico) ou então ele estava de má fé.
Esse artigo apresenta a documentação que clraramente contrasta a descrição que Introvigne deu da Nova Acrópole. Ao mesmo tempo o que eu digo aqui não tem nada a ver com a descrição que Introvigne deu sobre os “apostatas”.
Esse artigo foi publicado a mais de três anos atrás, numa revisão que é certamente lida por todo grupo correta ou não suspeito de ser um “culto”, e seu conteúdo nunca foi negado pela Nova Acrópole. Em nenhum caso, minha proposta aqui é a de criticar a Nova Acrópole, uma organização que eu considero ser basicamente fraca, não somente pelo pequeno número de seguidores, mas como resposta a Massino Introvigne. Eu devo ficar agradecido por publicar qualquer comentário ou opinião dos representantes ou membros da organização. Enquanto as pessoas como Introvigne que não sabem nada sobre Nova Acrópole condenam o que eu escrevo, esse artigo recebeu comentários favoráveis não somente por ex-membros da Nova Acrópole, como também por Acropolitanos atualmente quase ativos, que escreveram para mim “Desde que você escreveu o único texto que eu conheço que critica Nova Acrópole sem usar mentiras evidenciais e com palavras e argumentos racionais, você merece algum respeito!”
Eu cortei algumas coisas, mas não mudei nem adicionei nada.
Miguel Martinez, janeiro 2001
“VIDA LONGA AO IMPÉRIO!
EU O CUMPRIMENTO COM UM BRAÇO ERGUIDO: AVE!
EU:
JAL
PROF. JORGE ANGEL LIVRAGA RIZZI
SUPREMO COMANDANTE DA OINA”
Assim Jorge Angel Livraga ( “JAL”), fundador da Organização Internacional Nova Acrópole”, assinou uma carta para mim en 1989, o “Trigésimo Segundo ano do Triunfo”. Nova Acropoli (NA), começou em 1957, e atualmente tem por volta de 10.000 membros em torno de 60 países, incluindo Itália. Eu fui um membro dessa organização por quatorze anos, e deixei-a em 1990. (1)
Nova Acrópole em Israel (foto por Miguel Martinez)
NA se apresenta ao público de diferentes formas em cada país (pode ser alguma coisa desde “escola de filosofia” a um “movimento de conservacionismo natural”) e tem conseguido desenvolver com sucesso relações públicas ( por exemplo uma revisão entusiástica em uma de suas conferências no L’Osservatore romano, 14/15.77.83). Oradores em atividades organizadas pela NA na Itália incluiram jornalista Paolo Guzzanti, historiadores Sabatino Moscati, e Franco Cardini, filósofo Antimo Negri, etnólogo Vittorio Lanternari, WWF presidente WWF Fulco Pratesi. Em 1996, NA organizou uma conferência na Universidade de L’Aquila ( na parte central da Itália) com o Jornalista Massimo Fini, o padre jesuíta Giuseppe De Gennari e o professor e lider nacional do Partido Comunista da Reforma, Alfonso Gianni; enquanto uma mesa redonda organizada por ele em Roma era conduzida por Vera Slepoj, da cadeira da Federação da Itália de Psicoligia, e Manuela Falcetti, jornalista no canal público de TV RAI.
Nos último s anos, NA lançou muitas iniciativas de “combate a cultos”e “contra racismo” ( incluindo “peregrinações a Auschwitz). Um adesivo da NA mostra um martelo amassando a palavra “Racismo” contra uma bigorna, com as palavras “Uma iniciativa para o ano Europeu contra o racismo”.
Essas atividades se apresentam num contraste surpreendente com uma série de artigos que apareceram na imprensa em toda a Europa.
Na conferência internacional do CESNUR em Amsterdam (Agosto 7-9, 1997) uma certa Maria Dolores Fernandez-Fígares estava marcada para falar sobre “Nova Acrópole”. A conferência era para os convidados falarem sobre, e não pelos cultos; mas um grupo de intelectuais Holandeses descobriram que a Oradora era um dos principais líderes da Nova Acrópole, então o nome dela teve que ser retirado no último minuto(isso não evitou que um membro de um culto agressivo de psicoterapia Vereim fur Fõrderung Menschenkenntnis, VPM, tomasse um discurso dizendo que havia uma conspiração internacional contra a Nova Acrópole, inspirada pelo falecido regime da Alemanha Oriental, nada mais).
O FUNDADOR
Para o público em geral, o fundador da NA é apresentado como um aluno argentino que se juntou com outros alunos interessados em filosofia para criar um círculo de pessoas que queriam que a filosofia tivesse uma aplicação na vida diária.(2) (3). Os textos oficiais listam uma série de livros de Livraga, uma enorme quantidade de lições que ele fez e uma série de título com sonoridade acadêmica.(4).
Àqueles mais profundamente envolvidos com o grupo é falado de um “Plano dos Mestres” e de um período em que Livraga ficou supostamente “trancado em uma cripta”, se tornando um “Discípulo Aceito”. Os “Dirigentes Machados”, membros que juraram devoção total à organização, (5) são dados um boletim chamado Almena, que nos primeiros números, Livraga escreveu uma série dizendo sua própria história.
A única real importante qualificação de qualquer líder de um culto é claro aquela que ele tem dentro do próprio culto: as “revelações”e o carisma que seus seguidores acreditam ter. No entanto, essa qualificação não é de interesse daqueles que não pertencem ao culto. Uma organização nesse ponto poderia decidir mencionar seu fundador em público o menos possível. No entanto, os fundadores vêem essas organizações como uma extensão do seu ego, assim eles têm que aparecer como se fossem o coração do movimento. Os líderes da organização, assim, são forçados a apresentarem o fundador em todas as suas publicações. Em alguns cultos, o carisma do líder é exteriorizado: no movimento do Raelianos, por exemplo, o suposto encontro do fundador com extraterrestres, e sua identidade messiânica não são um segredo.
NA, porém, trabalha arduamente para apresentar uma imagem pública respeitável. Assim, o fundador/líder recebe uma biografia muito vaga, consistindo de títulos meio duvidosos— isso é o que o culto acredita que o “mundo” aprecia. Num movimento que já cresceu acima das proporções familiares, o líder-fundador se torna um ícone remoto. Seus seguidores, ao crescerem dentro da hierarquia da organização, descobre os “mistérios”da vida do fundador, passo a passo. Esses mistérios são ensinados tanto pela palavra de boca como pela escrita, e é mais mitologia do que história.
Contudo, esses mitos podem nos ajudar a entender alguns mecanismos importantes na construção do culto.
Jorge Angel Livraga Rizzi nasceu na Argentina em 1930. Era ainda um país otimista, onde um imigrante que tentasse escapar da pobreza poderia ser relativamente bem sucedido. Seus ancestrais vieram da Itália(nos anos, isso permitiu que ele pegasse cidadania italiana): a família de seu pai era de Livorno Ferraris perto de Vercelli, a da sua mãe da península de Ligura.
É interessante ver como que a lenda entre os círculos de anarquistas franceses se espalha que Livraga era “um criminoso Nazista que escapou para a Argentina” no final da guerra. Até Aristóteles disse que nossa idéia do desconhecido é sempre baseada na que nós sabemos, e os cultos são geralmente invisíveis para nós, ao menos que possamos fazer conexão com eles com alguma coisa a mais que sabemos, mesmo que a conexão seja falsa. A construção da nossa imagem de um grupo é baseada no acesso de marca socialmente aceita. ( como “ecologia”, ou “anti-racismo”), e sua destruição com a associação com algumas marcas negativas, (como o “Nazismo’). Infelizmente, a real verdade do culto fica invisível.
Livraga costumava dizer de um ancestral de seu pai que viveu no século XIX, popularmente chamado de “El Maghin”, que costumava mostrar seus poderes paranormais, incluindo vôos por curtas distâncias por dinheiro. O padre da paróquia desafiou “El Maghin”a voar logo abaixo da Catedral de Milan. Enquanto o padre rezava para ele cair, “El Maghin” conseguiu voar, mas finalmente caiu morto no solo bem em frente ao Duomo.
O pai de Livraga era um ateu, um anarquista e anti-clérico( essa última aparece quase claro na história do “El Maghin”). trabalhando como um engenheiro, ele se tornou quase rico e morou numa casa grande, bem no centro de Buenos Aires. Uma figura bem macho, que tinha um culto por habilidades físicas, ele queria que seu filho crescesse como um “homem de verdade”. O jovem Livraga parecia ter uma boa relação de afeição com sua mãe, que no entanto parece ter vivido toda a vida dela bem com pano de fundo. (6)
Embora muito da sua biografia em Almena é aparentemente claro de ser invenção, dois fatores emergem: a aspereza do pai, e a solidão do filho. As capas da Almena são devotadas a uma figura agourenta de um guerreiro armado, com um escudo e um machado em suas mãos e asas, remanescente de uns quadrinhos Americanos.(na realidade, essas figuras são parte de uma longa tradição Theosófica).
O desenho representa uma visão que Livraga teve quando criança, quando ele se viu seriamenre doente. (7) Um tipo de anjo é suspeito de ter se apresentado à ele durante o estado febril, permitindo ele de se recuperar.(8)
Livraga pode ter tido a intenção de copiar a história de Damodar K. Mavalankar, um antigo Teosofista, que costumava contar de como ele se viu doente de tuberculose aos seis anos; durante o ataque da doença, uma figura esplêndida, vestida de branco apareceu à ele, deixando ele tomar de uma xícara e prometendo curá-lo.
O pai de Jorge Angel ensinou ao jovem garoto—ainda somente uma criança— como usar armas de fogo, dirigir em alta velocidade e caçar. Jorge Angel diz que ele sentia somente desprezo para com outros seres humanos: ele preferia ficar com os animais. O seu amor pelos animais—duvidosamente genuíno— se tornou uma importante característica em sua vida. Ele parou de caçar (mas não de atirar). Ele disse que seu pai encontrou um meio de coloca-lo dentro das grades de um zoológico junto com os animais selvagens para ele “endurecer seu caráter”, e que ele era quase feliz com ele. Alguém pode sentir certa semelhança com a autobiografia(certamente totalmente inventada) de Ron Hubbard, que adorava se mostrar como um “homem real”.
Livraga com um certo orgulho escreveu como, quando o seu pai o mandou para a escola pública (embora muito rico, seu pai não queria enviar seu filho para uma escola Católica), ele costumava sair do carro, guiado pelo motorista da família, e jogava balas no chão para se divertir com a cena dos seus colegas de escola bem pobres se debatendo para pegá-las.
Alguma vez na sua infância ele diz que hipnotizou as galinhas de sua mãe. É interessante perceber que Madame Blavatsky diz ter hipnotizado pombos quando era criança. Alguém pode dizer: uma característica semelhante, ou uma tentativa de fazer sua própria biografia aos moldes de sua “Professora”?
(9) (10 )
LIVRAGA E O NACIONAL SOCIALISMO
Durante a guerra— que aconteceu quando Livraga tinha entre 9 e 15 anos de idade— sua simpatia primeiro se voltou para os Aliados, tanto pelas tendências antifacistas do seu pai, então em direção ao lado perdedor. No entanto, não há muitas referências ao nacional nacionalismo mesmo na literatura mais interna do grupo.
Isso é um fato importante, porque a principal acusação contra a NA é o fato de ser uma organização extremista, especialmente com referência à suas três secções que em conjunto são chamadas de “Forças Vivas”( Fuerzas Vivas)
A reação da NA a essas acusações foram ambíguas. Na Itália tal acusação tem sido repetidamente negada(11)enquanto que na França a organização disse que esses eram “problemas internos”. Falando em frente do comitê parlamentar da Belgica sobre cultos (6 de dezembro,1996), Fernando Fígares, o líder nacional da NA, deu o que ninguém pode chamar de respostas bem diretas às questões colocadas pelo comitê(12). A resposta mais comum simplesmente consiste em dizer que os dois principais líderes da organização( Délia Steinberg Guzmán e o diretor francês, Fernando Schwarz são “judeus”e que o movimento tem filiais em Israel(13). NA certamente falta com duas característica básicas do Nacional Socialismo: nacionalismo alemão, e anti-judaísmo. Imaginações sobre uma Brown International— um espelho da velha Massonaria Judaica Internacional— não é uma ferramenta útil para analise, desde a premissa de existir somente um líder no topo(14) sobre centenas de organizados, o que é realmente um conflito entre as pessoas e levados por pessoas que nunca aceitariam ordem de outros( 15). Claro que alianças temporárias são quase possíveis entre grupos extremistas, mesmo cultos ou organizações políticas(alguém pode pensar por exemplo na aliança entre Nova Acrópole; definitivamente com “extrema direita”francesa neo-Druids; Scientologia; Os Bahàí; os Mormons, certamente grupos evangélicos; “Igreja/empresa do “Reverendo”Moon. e alguns franceses libertários contra o estudo do parlamento francês sobre cultos).
Os cursos internos da Nova Acrópole são altamente baseados numa história imaginária “história das raças humanas” e o objetivo( interno) da organização é criar a “Sexta sub-raça da raça Ariana”. Porém, essas noções bizarras— que podem ser lidas em muitos materiais internos da organização—não têm suas raizes no Nacional Socialismo; um tanto que, elas são perfeitamente uma derivação ortodoxa dos ensinamentos do século 19 de Madama Blavatsky(16).
De qualquer forma, o fato é que a “raça do futuro”está sendo preparada, pronta para a encarnação nos mais “altos exemplos da humanidade”., mostra que a organização não tem intenção alguma para defender as “raças’ de hoje:
“eu quero que os meus Comandantes Nacionais(Mandos Nacionais) saibam que não estão liderando a “raça escolhida”, porque não existe raça escolhida. Eles estão somente liderando algumas poucas sementes da Sexta sub-raça, juntamente com um monte de esterco... mas esterco é fertilizante, e a semente precisa dele.”(17)
LIVRAGA E A SOCIEDADE TEOSÓFICA
O pai de Livraga morreu quando seu filho tinha 15 anos. Na sua família patriarcal, Livraga tomou a liderança das mulheres da casa. A morte de seu pai foi um golpe muito sério. Com problemas na escola ele começou a buscar ajuda em cursos de inglês. Ele passou a ter aulas particulares com um velho alemão, um certo Schmidt( não há nenhuma razão para acreditar que ele tinha alguma coisa a ver com o Nacional Socialismo) que começou a lhe contar sobre suas supostas viagens ao Tibet e sobre os princípios da Teosofia.
Em público, a Nova Acrópole não se declara como derivada da Sociedade Teosófica. Em seus artigos da assossiação, aqui vai como a Nova Acrópole define seus “Três Princípios”:
a) estabelecer um núcleo fraternidade universal, acima de qualquer distinção de religião, sexo, condição social e cor;
b) promover o estudo comparado de religiões, ciências artes e filosofias;
c) estudar as leis inexploradas da natureza e o poder latente dos homens.
Palavras com muito pouco significado, úteis no entanto para mostrar ao público uma face tranqüilizadora.. Aqui porém estão os “Três Princípios”da Sociedade Teosófica:
1) A formação de um núcleo de fraternidade universal sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor;
2) Encorajar o estudo comparado das religiões, filosofia, e ciência;
3) A investigação das leis inexplicadas da natureza e os poderes latentes do homem.(18)
Para apreciar o enorme impacto da Sociedade Teosófica(ST) na cultura contemporânea, nós precisamos pensar sobre a quantidade de crenças espalhadas ao vento que se deve a ela: Atlantis, astrologia, reencarnação, a existência de “raças” em outros planetas. o valor “mediúnico” de uma dieta vegetariana, chakras, os mistérios do Tibet e da Grande Pirâmide, mencionando alguns poucos(19). A Nova Era é largamente um Teosofismo original numa nova edição.
Livraga decidiu visitar os grandes escritórios da Sociedade Teosófia da Argentina, estalada em 1920. Ele sentiu um desgosto imediato pelas pessoas lá: “homens velhos mal vestidos”( elegância era sempre uma obsessão para ele), ignorante e supersticiosas. Ele mergulhou, no entanto, num engajamento ativo, fundando a “Juventude Teosófica da Argentina”, um movimento militante dentro da Sociedade. Ao mesmo tempo ele começou a se envolver com vários movimentos de juventude da direita anti-Perón (ele sempre foi hostil ao peronismo) e com grupos comuns da Argentina de ocultismo(ele também comprou alguns suplementos pelo correio de iniciação da AMORC— Rosa Cruz), especialmente a “Escuela Científica Basilio”, onde ele era resumidamente um membro, até se cansar dos seus fenômenos paranormais alegados.
Livraga estudou letras e filosofia, então entrou para faculdade de história e história da arte na universidade de Buenos Aires; no entanto seu sonho era se tornar médico, fazer uso de “ciências ocultas”. Um teosofista sugeriu que ele escrevesse ao Presidente da Sociedade., Jinarajadasa. Assim ele o fez, e foi profundamente surpreendido ao receber uma resposta e um conselho definitivo sobre o que fazer.
Usando as instruções escritas de Jinarajadasa, :Livraga( que herdou um certo manual de habilidades de seu pai) reconstruiu o porão da sua casa. Ele pintou estrelas fosforescentes no teto, divindades egípcias nas paredes e fez a sua mãe costurar para ele uma túnica branca. Por algum tempo ele se selou dentro dessa cripta. Aos acropolitanos que não eram permitidos de lerem a Almena era dito que ele se fechou dentro da cripta por anos, mas que na verdade, ele mesmo escreve que ele saia e entrava, até mesmo fazendo as provas na Universidade.
No porão ele alega ter saído em experiências extra-corpóreas e de ter encontrado “Os Mestres K.H., S., M.”( as entidades com quem Madame Blavatski tinha contato). Quando ele saiu ele começou a ter uma vida normal novamente, acendendo cigarro(ele sempre veio a fumar, embora moderadamente.).
Um dia, o novo presidente da Sociedade Teosófica Nantiloka Sri Ram (“o único Iniciado que eu já conheci”) veio em uma curta viagem a Argentina e revelou a Livraga que ele tinha enganado ele, deixando-o pensar que poderia se tornar um médico estudando “no Oriente”. Sem saber disso, Livraga era o “último discípulo da Secção Esotérica da Sociedade Teosófica”, com uma enorme tarefa pela frente. como Platão disse, a história é um conto de progressiva degeneração política: o governo dos sábios foi trocado pelo governo da casta de guerreiros, e então os mercadores e finalmente das massas. Para parar esse processo, que chegou agora no seu último estágio, os “Mestres” que secretamente governam o mundo primeiro criaram a Sociedade Teosófica, mas ela falhou na sua missão; a última esperança era para ser um movimento decidido por Sri Ram, mas fundado por Livraga. Um movimento que seria parte da história, muito menos que meramente esotérico. O objetivo: parar a ascensão das massas brutas ao poder, e “reabrir os portões dos Mistérios”, assim o Novo Homem poderia encarnar na terra.
Sri Ram testou outros três discípulos que não se conheciam: Livraga e dois outros, um—bastante peculiar— em Perugia, Itália. O s outros falharam, e foi assim que ele foi escolhido. Eu não posso com certeza dizer se esta história é verdadeira ou não. Eu tenho um cartão postal que Livraga uma vez mandou aos líderes da organização, onde pode ser visto o jovem Livraga junto com Sri Ram numa parte do cartão, na outra acropolitanos gritando furiosamente a palavra “IMPERIO!(Império).
O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO
A NA se apresenta como uma organização “original”por razões de relação pública. Realmente, Livraga nunca disse que ele queria criar um novo movimento, ,as simplesmente tinha como intenção reviver o projeto de sua “Maestra”, Helena Petrovna Blavatsky. O que foi original foi um método de militância, pela primeira vez, para espalhar a teosofia(20).
Livraga começou então a procurar discípulos, usando o típico sistema de um movimento político: ele investiu tudo o que tinha para imprimir uma revista e para cobrir Buenos Aires com os pôsteres da Nueva Acópolis. Ele até mesmo vendeu seu pertence mais precioso, seu carro. Ele se tornou motorista de taxi, às vezes trabalhando em turnos de 24 horas, lendo Epictetus e limpando sua pistola enquanto esperava por clientes.
A nós essas histórias foram ditas, assim nós “sacrificaríamos nós mesmos, assim como ele fez”, e também para justificar seu padrão de vida: nossos líderes disseram que “Livraga passou por dificuldades suficientes quando ele era jovem, que agora era a vez dele”.
Durante uma reunião acontecida na Itália, durante os anos 80, Livraga falou em espanhol, enquanto os Comandantes Nacionais(Mandos Nacionais) italianos traduziam-no. Num certo ponto, ele mencionou como ele “costumava trabalhar para o serviço secreto da Argentina”. Percebendo o embaraço do seu tradutor ele disse”Diga a eles o que eu falei!”. Conosco, ele afirmava que teve contato com os militares argentinos, incluindo um oficial que era do alto escalão secreto. Livraga tomou um novo nome, o acrônimo JAL, sob o qual ele era sempre chamado dentro da organização. Acrônimos de três letras são típicos da Sociedade Teosófica, começando pela sua fundadora, Helena Petrovna Blavatsky(“HPB; mas alguém pode se lembrar também de “LRH”, Lafayette Ron Hubbard, sob um contexto não teosófico.).
A aparência da sua vida que Livraga queria que seus seguidores soubessem mantém a presença de sua esposa, Ada D. Albrecht, totalmente fora de vista. A única menção na Almena é negativa: Livraga gabava-se de sua própria e estrita castidadem, realmente sua completa falta de interesse nas “funções animais”. Ada D. Albrecht ( que tinha o acrônimo fácil ADA), uma bela mulher de origem alemã, era a verdadeira alma da Nova Acrópole. O casal dividia as tarefas: Livraga se tornou “Comandante Mundial(Mando Mundial) — Área de Organização”, e Albrecht “Comandante Mundial(Mando Mundial) — Área de Ensino”.
Enquanto Livraga desenhava planos grandiosos que tinham pouco a ver com a realidade, Albrecht criava um sistema de sete anos de curso e uma larga seção de práticas, chamada “psicologia”, que provavelmente teve sua origem na Seção Esotérica da Sociedade Teosófica. Albrecht era uma pessoa com um certo grau de cultura, que ela também impôs a seus discípulos( que eram forçados a ler Kant e Freud, entre outros).
Nova Acrópole começou a se expandir dentro dos países da América Latina nos anos 70.
Por volta de 1973, em Montivideo, Livraga escreveu o Manual do Líder, um texto dando instruções políticas(por exemplo, quando uma filial da organização estava com problemas internos, ele sugeriu que se crie um inimigo artificial, “por exemplo materialismo dialético”, significando o Comunismo, e convidou o “Corpo de Segurança para fazer esquadrões de ataque). Mais ou menos nesse mesmo tempo, outro líder Acropolitano sugeriu começar um “experimento piloto”: dominar um país e criar uma “ditadura platônica” descrita por Livraga no seu Ideal Político. Tal exemplo feliz iria logo ser imitado em todo lugar. Livraga rejeitou a idéia e decidiu espalhar a Nova Acrópole por todo mundo por uma maneira mais cuidadosa. De qualquer maneira, nenhuma tentativa foi feita para por em prática o “ideais” político de Livraga.(21 )
Durante aqueles anos, Livraga se tornou amigo de um velho nobre europeu, que tinha uma notável coleção de itens arqueológicos. Livraga afirma que poderia beber qualquer quantidade de álcool sem ficar bêbado(ele uma vez nos perguntou se nós conhecíamos alguma pessoa rica querendo fazer apostas em quem seria o último a ficar bêbado). Ele fazia o velho homem beber, e então o fazia dar itens de sua coleção. Foi assim que o hobby de Livraga de colecionar peças arqueológicas começou.
Livraga e Albrecht logo entraram em conflito. Primeiramente, o “Mestre”de Livraga, assim nos foi falado era “egípcio”, e Ada Albrecht é “indiana”. (22).
Enquanto Livraga tramava com os militares, Ada apontava uma ex-prostituta como “Comandante Nacional”(Mando Nacional) da Argentina, como um desafio aos preconceitos. Ninguém poderia acusar a mulher de nada mais, à não ser seu passado, no entanto Livraga achou a ação de Ada intolerável. Porém, ele teve que manter a calma: a maior parte dos Acropolitanos eram entusiastas devido a personalidade forte de Ada, e somente poucos o seguiam. Na superfície, tudo parecia normal: os boletins publicavam a escrita e os símbolos pessoais dos dois( a cabeça de um gato, a deusa egípcia Bastet para Ada, e a do chacal noturno Anubis para Livraga).
Anubis (JAL)
Livraga porém sabia que o seu carisma pessoal era eficiente somente onde ela estava fisicamente presente, ao passo que num ambiente mais amplo, as habilidades dele de organização prevaleceriam. Por isso ele mandou seus primeiros discípulos para a Espanha, logo depois indo atrás.
A organização foi praticamente bem sucedida na Espanha, os Acropolitanos arrumaram um jeito de estabelecer uma boa rede de contatos e foram garantidos de uso por 99 anos um grande castelo em Riba de Santiuste na área deserta próximo a Sigüenza.
Os jovens Acropolitanos suaram muito para colocar o castelo em condições próprias para uso. Numa reunião perto de L’Aquila na Itália, por volta de 1983, Livraga nos disse como os novos membros eram trazidos para o trabalho no castelo até caírem no chão de cansaço; então eles diziam que os jovens homens das “Forças Vivas” do grupo continuavam trabalhando e então perguntavam, “onde vocês encontram força para continuar?”Os jovens homens apontavam os símbolos nas suas ataduras de braço.
Um hóspede de Santiuste dera um leão, um presente a Livraga. A lei espanhola, que dizia que os leões deveriam estar sem garras ou dentes, era disposição para convidar o inspetor de inspeção para checar pessoalmente se o leão estava de acordo ou não. Anos depois o leão foi levado para a África para um centro especializado em recolocar os animais de volta ao seu habitat natural.
Durante esse período, Livraga fez sua primeira viagem ao Egito. Uma viagem que aconteceu numa atmosfera muito idealizada, mas que na verdade foi realmente idêntica às viagens feitas por milhões de turistas todos os anos: um cruzeiro pelo Nilo, um hotel 5 estrelas com a vista para a Grande Pirâmide e uma volta num veleiro. Livraga adorava contar tímidas histórias autobiográficas— “quando estiverem prontos vocês saberão mais”, era a expressão favorita dele. Essa maneira de dizer histórias, típica de ocultistas, é muito efetiva. Um conto inacreditável não é imposto, mas parece ser relutantemente admitido, fazendo os ouvintes acreditarem que até mesmo estranhas coisas aparecem na história. ele falava de uma “Coluna de Luz” perto de Luxor, que ele visitava regularmente, e que uma encarnação passada como um sacerdote egípcio, foi perseguido pelo monoteísta Ikhnaton(23).
Durante aquela reencarnação, Livraga supõe de ter cometido alguns erros graves pelos quais ele ainda está sendo punido ao ter que trabalhar arduamente para implementar os planos dos deuses. Outra suposta reencarnação foi em Barcelona, no corpo físico de um tal De Las Casas, (um ancestral do frei que denunciou as atrocidades espanholas no México), que viveu no século XIII. Livraga costumava usar esse pseudônimo em revistas na filial da organização na Espanha quando ele tinha que se expressar violentamente uma opinião política(geralmente contrária ao movimento de independência Basco).(24
Nesse meio tempo, Ada Albrecht estabeleceu um centro de meditação em Buenos Aires e disse publicamente a todas as filiais da organização fiéis a ela(a maioria da America Latina, mais Canadá e Austrália) para contribuir financeiramente. a imprenssa da Venezuela revelou que uma minoria foi para a Argentina para trabalhar sem receber no centro. Ao mesmo tempo, Ada escolheu ser uma pacifista radical. Ela montou uma cadeia de restaurantes e forçou à maior desonra do “Corpo de Segurança”de Buenos Aires: eles tinham que depor suas armas um por um dentro dos esgotos da cidade. No mesmo momento ela deu uma aparência definitiva ao movimento, virtualmente abolindo todos os aspectos políticos e militares.
O NASCIMENTO DE UM IMPÉRIO
Em 1981, a “Reunião Internacional”da Nova Acrópole aconteceu em Roma; o autor, então chefe da filial local de Syracuse, na Sicília, participou.
Após sua entrada—vestido numa toga imperial roxa—Livraga se assentou sobre um dossel no final de uma grande mesa, e anunciou que Ada Albrecht tinha sido expulsa. Ao mesmo tempo ele proibiu “duplo comando”: muitos países ou filiais locais foram fundadas por casais que dividiam tarefas. Sob a nova regra, uma pessoa se tornou subordinada a outra(na maioria dos casos, mas houve exceções , foi a mulher que se tornou subordinada ao marido). Isso levou à separação de casais. O que importava era que ninguém deveria ter nenhum interesse ou se aliar outro com a organização.A reunião de Roma foi um ponto de mudanças, descrito como um decreto, expressado em cada filial do mundo. O texto dá uma idéia do estilo de Livraga:
NÓS DECRETAMOS:
1- Que o Supremo Comando e Fundador pega todos os poderes dentro da “OINA” que era até agora tinha sido dividido com o Comando Mundial.
2- Que o chamado “Comando Mundial”não mais existe, desde que o ex-Comando Mundial A.D.A foi privada de todos os seus poderes dentro da OINA devido a sua real incapacidade de exercer tais poderes[...]. Todos os seus antigos Títulos e Honras serão dados de volta a ela no momento de sua morte, ao menos que ela expresse intenção contrária.
3- A Estrutura Nacional e o povo Acropolitano que não concordem com o acima dito devem deixar a OINA. Os Comandantes Nacionais e aqueles que não estão nessa reunião terão o tempo a seguir para reflexão antes de tomar uma decisão: QUARENTA E NOVE DIAS.
4- Dentro do tempo descrito no item 3, juramentos e compromissos de lealdade com a OINA e ao Supremo Comando(Mando Máximo) JAL devem ser renovados. Aqueles que não o fizerem serão considerados não pertencentes a OINA, e serão substituídos dentro dos Idealistas Fervorosos de menor tempo possível[...]
NÓS DECLARAMOS: a declaração de Estado de Emergência dentro da OINA[...}
1) Todos os nomes, saudações e símbolos usados dentro da organização serão mantidos.
2) Dentro da organização o termo “Império”deve ser trocado pelo termo “Movimento” se adequado(25)
O termo “Império”é certamente uma referência intencional ao Império Romano. Mas sobre tudo, há associações ocultistas(26). Para nós, “Império”era o oposto de “Tirania”. Era uma estrutura piramidal e hierárquica (“Hierarquia vem do grego e significa “sagrado” e portanto uma ordem ‘natural’) onde, contudo, tinha a proposta de assistir o crescimento em cada parte de modo individual. Como o corpo humano, governado pelo cérebro, o estado Acropolitano do futuro deveria também ter um único guia, mas esse guia deveria permitir e auxiliar no desenvolvimento potencial dentro de cada raça e indivíduo. O termo era usado quase com total liberdade: até mesmo com novos membros, alguém costumava dizer de um “Império Filosófico”, assim chamado porque “nós falamos muitas línguas e temos muitas culturas, mas somente uma é a Ideal”.
A maioria dos países seguiram Livraga e não Ada albrecht. (27)
DROGAS E LIVROS
O tempo de Livraga era dividido com viagens a vários países, de acordo com o número de membros que ele tinha. Ele passava metade do ano na Espanha, no seu apartamento nos escritórios de Madrid, no castelo de Santiuste ou escrevendo nas ilhas Balearic, ou como hóspede de Toni Alzina, um acupunturista especializado em terapia a laser, que foi o presidente por algum tempo da Federação Européia de Laserterapia. Livraga o ensinou a diagnosticar doenças “baseando nas auras das pessoas”. No final dos anos 70, Alzina curou Elena Ceausescu, a esposa de um ditator Romeno. Nos foi dito que Elena veio até a Espanha com dois aviões, um para seu uso próprio e para suas atendentes, e o outro para seus pertences pessoais. Alzina foi então cobrada com a fundação do Centro Seraphis, um núcleo de “medicina esotérica do futuro”(28).
Meu respeito ao Comandante Mundial foi consideravelmente enfraquecido quando uma pessoa muito próxima a Livraga me disse que o Comandante constantemente tomava remédios, incluindo um produto— químico ou natural, difícil falar— que os Acropolitanos chamavam de “bomba” devido ao seus efeitos estimulantes(uso de drogas, ou abuso, era também características dos fundadores de Aum Shinrikyo, de Ron Hubbard e de Rajneesh). Um líder espanhol que deixou a organização disse a imprensa sobre as “pequenas pílulas azuis que Livraga constantemente tomava” também afirmou que Livraga costumava gritar com qualquer um que ousava discordar dele. Realmente eu nunca vi Livraga perder seu auto-controle, talvez porque eu nunca tenha visto alguém discordar dele. Onde ele definitivamente gritava era nos seus artigos raivosos(29). Esses artigos eram tão violentos que nós tínhamos que censurá-los quando mostrávamos aos novos seguidores.
Até o final, Livraga escreveu um livro por ano, três boletins por mês, uma “torrente” de decretos e notícias. Alguns de seus livros eram para o consumo público— o estilo pobre deles é reminescência dos escritos de um outro autor prolífico, Ron Hubbard.
Particularmente embaraçante preferência ao auto estilo como “uma associação ambiental e cultural” era o livro de Livraga, The Spirit of Nature, dedicado a um gnomo que era um amigo pessoal do autor. O livro dá conselhos de como visualizar elfos e fadas (o material é basicamente tirado de velhos textos Teosóficos, especialmente dos escritos do criativo “Archbishop” Leadbeater, famosos por sua viagem a Marte, onde ele descobriu que os habitantes vestiam sapatos de metal). Como geralmente acontece, as necessidades dos líderes locais—cuidadosamente não danificam a imagem da associação— confrontadas com a megalomania do fundador; os líderes fizeram manobras simples e interessantes para apresentar o livro como um “texto sobre ecologia”.
Todo mês, Livraga costumava escrever longas cartas a cada “Comando Nacional”, até mesmo dos países que tinham somente um membro, prestando muita atenção em detalhar e ordenar, mas também revelando um traço comum a outros líderes de culto: uma verborragia vinda de uma escrita automática. Ele exigia uma resposta a todas as cartas:
Cada Comandante Nacional de quem o Supremo Comandante não receber uma carta, um telegrama ou um telefonema por mais de 30 dias será multado em $50 americanos para cada omissão(30).
Ele viajava constantemente. Na Itália, em 1987, recebê-lo por 10 dias custou por volta de 10 milhões de Liras, incluindo a viagem, um hotel 5 estrelas e a compra de itens arqueológicos que ele costumava enfiar dentro de uma enorme mala de metal. Nada extraordinário talvez, mas levantar o dinheiro foi uma dolorosa adição a todas as outras despesas dos seus seguidores— estudantes, desempregados ou subempregados. O baixo nível social dos seus seguidores italianos era um problema constante para Livraga: seu desdém para com o pobre(uma linha de pensamento que tem alguns precedentes, para ilustrar, na Teosofia) misturada com uma necessidade muito prática de encontrar pessoas que mantivessem a organização financeiramente. Ele adorava repetir que “aqueles que são pobres nessa encarnação serão também pobres na próxima”, e constantemente nos dizia histórias sobre discípulos ricos em outros países.
O adendo ao Decreto de 1985 deu instruções aos líderes que estava para receber Livraga; o texto dá uma face interessante de seu caráter. Seus anfitriões deveriam levá-lo ao hotel, abrir sua bagagem, dependurar suas roupas e então levá-lo ao escritório da NA, onde ele “ritualisticamente costumava saudar a Águia”.
“Ele não gosta de ter flores ou plantas no lugar de dormir, nem gosta que pessoas fumem lá”. O hotel tem que ser entre 3 e 5 estrelas, “com as luzes funcionando perfeitamente”.
“O Comandante Mundial não gosta de refeições coletivas ou com multidão [...] ele prefere que seus discípulos dividem a mesma ideologia, não a mesma mesa.” “Onde quer que ele esteja, ele sempre come a mesma comida[...]. Sua dieta, basicamente é de comida ‘italiana’. Ele não bebe aperitivos e nem gosta de refeições complicadas com muitos pratos. Geralmente ele come um primeiro e depois o segundo prato. Ele bebe vinho e cerveja.[...] ele não gosta de comida oriental, e acha comida indiana, árabe, chinesa, japonesa, e assim por diante, impossíveis de comer”. Desde que ele viaja todo tempo, ninguém pode dá-lo estátuas ou peças de mobília: itens pessoais são aceitos como presente. “Se ele quiser alguma coisa a mais, ele fará saber por ele mesmo.”. “Após o almoço ele geralmente descansa algumas horas. Ele pode ir para cama tarde, mas desde que ele passe a noite toda lendo, deve-se evitar em tais casos organizar atividade que envolveria ele muito cedo pela manhã”. As instruções terminam com essas palavras:
Não tente entender o que foi dito acima mentalmente; simplesmente obedeça, com a maior das boas vontade e eficácia. O Comandante Mundial não pode ser explicado. Somente o meu sucessor será capaz de entender o que eu entendo e assim passar adiante.
Livraga tinha dois hobbies: armas de todo o tipo(ele até se gabava de ter tido um amigo do exército espanhol que emprestou a ele um tanque que ele dirigiu por algumas horas em velocidade máxima na auto-estrada) e colecionar itens arqueológicos(31). Todo um andar dos escritórios de Madrid se transformou no “Museo Rodrigo Caro: com milhares de itens “doados” por Acropolitanos de todo o mundo. Ele costumava passar horas polindo-os um por um. Para ele, eles foram aclamados no passado, com rituais antigos, especialmente para aqueles vindo de lugares onde o culto ao cristianismo ainda não tinha contaminado. Alguns(principalmente pequenas cabeças do deus egípcio-helênico Seraphis) eram empregados em cerimônias.
Após a morte de Livraga, a polícia espanhola entrou nos escritórios de Madrid com uma reclamação da polícia de impostos da Itália(Guardia di Finanza). Enquanto a La Repubblica na Itália colocava em manchete “Uma gang de ladrões arqueológicos foi desmascarada— aA MULTINACIONAL DOS TESOUROS ROUBADOS”, El País em Madrid (5 de maio de 1993) escreveu:
Entre os itens encontrados—que datavam século XI ao século IV A.C. e que vêm de escavações ilícitas em diferentes países pelo mundo— tem-se itens etruscos, romanos, gregos, pré-colombianos, chineses e indianos. De acordo com a polícia duas pinturas estavam na parede: um Tiepolo representando um homem velho com uma barba branca, e um outro da escola veneziana do século XV, intitulado Maddalena. A nota da polícia—que enfatiza o valor incalculável de muitos dos ítens— especifica que a operação ocorreu no dia 30 do mês passado, numa petição italiana autorizada pelo juiz em Madrid. Uma nota da Guardia di Finazza italiana, publicada ontem em Roma, diz que o andar era o escritório de uma associação cultural “comandada por um professor de origem argentina”, de acordo com a agência Efe. A nota diz que essa operação desmascarou uma gang internacional de tráfico de itens arqueológicos, sob a máscara de uma associação cultural.
A Polícia da Espanha diz que — dentro dos 42 itens identificados pela polícia intaliana — outros itens arqueológicos espanhóis foram descoberto, de origem desconhecida.
NA no entanto afirmou que a coleção era totalmente legal.
A PERSONALIDADE DE UM FUNDADOR
Livraga era alto, um tipo não magro, cabelo cortado baixo à escovinha e louro. Seu bigode era cortado da mesma maneira de Hitler, um fato escondido para manter a falta de outras semelhanças entre os dois. Seus olhos eram verde-esmeralda, mas difíceis de serem visto porque ele sempre estava de óculos, mas especialmente porque ele nunca olhava nos olhos das pessoas. Era nos dito que isso era uma cortesia da parte dele desde que ele quis evitar que fôssemos hipnotizados ou nossas auras vistas; de qualquer maneira, a impressão era ambígua e evasiva.
Muitas histórias eram contadas sobre seus “poderes”, e o fato é que ele não as mencionava aumentando suas importâncias. Eu pessoalmente vi somente dois eventos, o que eu não faço nenhuma tentativa de tentar explicar. Uma vez ele levantou as mãos num canto de uma sala na sede de Roma, após a cerimônia, e uma vela caiu no chão do outro lado. Uma outra vez, nós o servimos café na sede de Milão, e a xícara— repousada sobre uma mobília— começou a tremer visivelmente quando ele aproximava sua mão a ela. Pequenas coisas, e de qualquer forma nós éramos ensinados também que tais poderes não significavam nada.
Livraga, nos era dito, constantemente em lapsos entrava num estado que ele via a história dos lugares que ele ia passando, ou a história dos objetos que ele tinha contato. Esse estado era também comungado com outros Acropolitanos, especialmente aqueles que tinham sido treinados na Argentina ou na Espanha. Maria Paz de Benito, a diretora austríaca, me disse que durante toda a sua vida ela tinha sonhado com um lugar que pareceu ser a ilha no rio Tiber em Roma, mas no tempo dos romanos.
É interessante ver como Madame Blavatsky acostumava descrever sua própria condição:
[o trecho a seguir é uma re-tradução do italiano] [e então uma tradução do inglês para o português- nota do tradutor para o português]
Quando alguém me chamava pelo nome, eu costumava abrir meus olhos escutando-o, e seria eu mesmo[...]. Mas quando eles me deixavam sozinha, eu voltava ao meu estado comum, um estado de meio-sonho, e voltava a ser uma outra pessoa[...]. Eu só tinha uma febre leve que me devorava vagarosamente, mas inexoravelvente, dia após dia; Eu perdi meu apetite completamente[...] Eu até mesmo parei de comer por uma semana, exceto por um pouco de água; e dentro de quatro meses eu me tornei num esqueleto vivo. Quando alguém me interrompia pronunciando meu nome presente, enquanto eu era o meu outro eu e estava falando com a minha vida de sonhos, se, por exemplo, se eu estivesse no meio de uma frase que eu estava falando com ou ouvindo aqueles que eram os meus segundo eu, eu abria meus olhos para responder meu nome, respondendo razoavelmente e entendendo tudo, desde que eu nuca delirei[...]. Eu estava em um outro país distante, eu tinha uma individualidade completamente diferente da minha própria, sem qualquer relação com a minha vida real(32).
Poderia certas práticas usadas dentro da Sociedade Teosófica causar condições similar, ao menos em indivíduos sensíveis? Pessoalmente, assim como a maioria dos Acropolitanos, eu nunca passei por tal dissociação. É, no entanto, ao menos curiosos notar que ambos os fundadores da Sociedade Teosófica e o fundador da NA, assim como o fundador da NA na Itália e vários outros membros do grupo italiano, viveram tais experiências.
Toda a vida de Livraga era oficial: seu contato conosco, durante as viagens, consistiam principalmente de discursos e de respostas que ele dava às nossas perguntas durante as reuniões. Conosco, ele falava uma mistura de espanhol e seu italiano infantil. Até mesmo seu espanhol era elementar, suas palavras eram cuidadosamente escolhidas para que todos pudessem entender.
Ele falava pouco de idéias; a maior parte do tempo, ele falava anedótas sobre ele mesmo, com um considerável senso de humor e imitações divertidas. Algumas pessoas ainda hoje tem a habilidade de contar uma história, e para muitos de nós essa era a sua maior virtude. Toda a história que ele nos contava escondia uma mensagem. Ele costumava dizer: “vocês tem que fazer um pouco de teatro, garotos, vocês não devem levar a vida tão seriamente. Pense nos cristãos antigos, eles não tinham qualquer idéia, eles nem mesmo tinham uma religião, assim eles começaram a ser mártires, e foi assim que eles conquistaram o mundo. Nós também precisamos de mártires! Eu quero Acropolitanos mártires!”
Ele tinha uma voz suave e persuasiva.
Uma vez o assunto foi sobre um Acropolitano que vivia com uma mulher alguns anos mais velha que ele, numa cidadezinha numa província. O problema não era a relação em si, mas os danos que isso infligia na “imagem do movimento”. Livraga fez uma pausa por um momento, então numa voz suave e consideravelmente poética, nos disse sobre a noção de alma de Platão, nos sensibilizando e nos convencendo a todos que o amor está além de qualquer julgamento público. Então ele de repente diz “mas não e assim que JAL pensa, eu faço as pessoas trabalharem e faço a Acrópole até que elas estejam muito cansadas para pensar em qualquer outra coisa a mais”.
Durante os primeiros anos, na Argentina, num curso chamado Dialectics, Livraga costumava se divertir entrando em discussões com seus líderes, onde ele os trazia ao ponto que eles estavam impossibilitados de provar a existência de Deus, da alma ou até mesmo da sala em que eles estavam debatendo.
Muitas anedotas davam a idéia de que ele era uma pessoa de uma cultura imensa. “Como o mito de JAL apareceu?”, ele costumava dizer sobre si mesmo. “É bem simples: Eu falo de tudo, sobre motores e sobre Marco Aurélio ou sobre política ou astronomia, só depende de quem eu tenho na minha frente”. Realmente essa cultura era uma coisa do tipo cortina de fumaça. um noite, no jantar, ele nos falou de sua viagem a ainda Comunista Yugoslávia (era por volta de 1983) e tudo parecia bem plausível e excitante, até que ele nos falou de como ele tinha visto bandeiras vermelhas e “retratos dos seus “Chefes de Estado, Andropov” em todo lugar. Andropov naquele momento era chefe do estado da USSR, um país que a Yugoslávia tinha brigado 30 anos atrás.
Ele costumava dormir pouco e irregularmente, Nossos líderes diziam que era assim que os seus “Mestres” tinham-no ordenado a se levantar e trabalhar toda vez que ele acordasse. Livraga costumava viver completamente isolado do mundo real. Ele dormia em hotéis, vendo somente líderes Acropolitanos de níveis mais altos (eles mesmos um tanto isolados do mundo) , e recebia visitas das “Forças Vivas”. O seu maior contato com o mundo era quando ele costumava fazer suas caminhadas sozinho para visitar monumentos(ele costumava passar horas no Panthenon) e museus. A fraqueza física e a força misturavam-se nele. Eu me lembro de sua excitação quando ganhou um par de luvas de boxe; ainda sim eu me lembro que ele tinha que ser levado de carro até mesmo em distâncias muito curtas. Conosco, ele geralmente reclamava de suas indisposições, especialmente — a partir de 88— a gota atacou o seu pé. Nossos “Comandantes Nacionais: falavamos que ele era do tipo hipocondríaco, e era capaz de se locomover muito mais do que ele imaginava(hipocondria era também uma característica de Hubbard).
Dia após dia, sua dieta consistia de polenta e presunto de Bologna. Ele gostava de de beber vinho e licor(embora uma vez eu li numa matéria na Espanha que ele “bebia conhaque toda hora” era provavelmente era um exagero do jornalista, do que da testemunha que contou a história).
Em 1987 foi o “Trigésimo Ano do Triunfo da Nova Acrópole”e Livraga o chamou de “Ano do Jubileu”, proclamando o “ Decreto de Grace Beta”. Desde “desses ANO DO JUBILEU e Nossa vontade” Livraga ordenou que todo Acropolitano que tinha sido submetido à menos do que sete anos de exclusão ou suspensão, assim pois que eles já tinham “,propriamente cumprido com pelo menos um terço da pena: , poderiam pedir para serem permitidos de volta.
O início do “jubileu” foi celebrado na casa que ele nasceu, em Buenos Aires transformada na sede local da NA. Livraga celebrou a cerimônia vestindo uma máscara representando a cabeça do deus egípcio Anubis, feita pelos Acropolitanos de Veneza.
DO ANTI-COMUNISMO AO ANTI-CATOLICISMO
O colapso da União SoviÉtica em 1989 também significou o fim do anti-comunismo. Um novo inimigo, diferente do velho “materialismo dialético” era necessário: a religião do El Flaco (“o camarada magricela”), como Livraga (quando falava conosco) costumava chamar Jesus. Ao mesmo tempo, vários artigos foram publicados nomeando a NA de um culto neo-nazista.
Livraga nos disse como ele tinha pago uma agência de detetive particular para descobrir quem, estava por trás dessa “difamação”, e descobriu que a Igreja Católica, especialmente a Opus Dei. Uma coisa bem impossível, pois a maioria dos artigos eram escritos por jornalistas que eram basicamente antifacistas, não cristãos.
Livraga, no entando, convenceu-se de que o “Papa Polonês”(culpado, entre outras coisas, pela explosão populacional devido ao seu posicionamento diante do controle de natalidade) estava aterrorizado com o avanço da “Gigante da História”, a NA. Esse foi o retorno à velha idée fixe da Sociedade Teosófica.
Essa fixação tomou forma na “Operação Giordano Bruno. Um título associando a figura querida do ocultista militante com o termo típico do jargão militar de Livraga.
Em todo o mundo, os Acropolitanos tiveram que se mobilizar para defender “a liberdade das pesquisas científicas” contra “todo tipo de fanatismo religioso”. Cada sede teve que comprar uma estátua de bronze de Giordano Bruno (fornecida, com catálogo e fotos, por um laboratório espanhol pertencente à organização). Pelo quarto aniversário de morte de Giordano Bruno
Nós queremos uma estátua em cada cidade onde a NA esteja presente, ou ao menos uma placa pública em cidades menores, para serem colocadas para lembrar a existência desse predecessor heróico da ciência moderna e da liberdade de possibilidade de publicação dos resultados de sua pesquisa, algo que todo homem e toda mulher tem um direito natural(33).
Os objetivos imediatos dos seus planos foram revelados na mesma edição da Almena:
Colecionar milhares de assinaturas para colocar uma estátua de Giordano Bruno pelo nome da liberdade de expressão e da informação científica; buscar suporte no governo local e em grupos artísticos. assim eles poderiam trabalhar juntos e ativamente dividir a tarefa de coletar assinaturas, e então, ou ao mesmo tempo, coletar o dinheiro necessário, e obter um parque público: como um exercício espiritual vá de casa em casa— ou melhor dizendo— para coletar assinaturas, o apoio e o dinheiro necessário; dividam ativamente as realizações de propaganda na TV, rádio, imprensa, pôsteres em “carrocinhas de sanduíche”, demonstrações promocionais nas ruas, murais e todo qualquer meio de fazer as pessoas conhecedoras da necessidade da prevenção de um futuro de horror e perseguiçÃo, na base de uma exaltação do mártir Giordano Bruno; naquelas cidades que já têm estátuas dessa vítima da ignorância fanática, uma campanha deve ser feita da mesma forma, só para colocar a placa ou uma coroa de bronze em sua honra, e a Brigada Feminina deve cobrir sua estátua com flores e coroas(34)
As atividades eram para culminar em 17 de fevereiro de 2000, com uma demonstração internacional em Piazza Campo de Fiori em Roma, onde Bruno foi queimado na estaca, perto de sua estátua.
O último item no entanto era o mais importante:
Isso deve ajudar a mostrar ao mundo que a Nova Acrópole não é um culto político nem religioso, e que está pronta para defender uma causa nobre, nesse caso o direito de todo cientista de publicar os resultados de sua pesquisa sem sofre prisão, tortura ou morte por essa razão[...]. Por que escolhemos essa pessoa, e nenhuma outra de igual valor? A resposta verdadeira é que nós temos que começar com alguém, e hoje não é Stalin ou Hitler que estão ameaçando o mundo, mas o Sant’Uffizio, ou seus equivalentes em várias religiões, que promovem—independe de quais palavras de promessa eles possam usar em público— a perseguição de escritores,ataques terroristas, bombardeios de civís de caráter de genocídio, e a interferência nos campos da ciência e da política com os seus “taboos” que interferem na liberdade individual e coletiva e na família e sociedade.
Aqui começa uma nova aventura!
QUÃO BELO E JOVEM É SER UM ACROPOLITANO!
Seu Comandante Supremo[M.M. Mando Máximo]
Aparte a noção duvidosa de que pesquisas científicas estão sendo ameaçadas hoje em dia, é interessante saber como essa “Operação” é ao mesmo tempo um meio de auto-defesa baseada numa agressão de auto-vitimização, e um retorno às velhas noções teosóficas e maçônicas(35). que dificultam identificar a NA como tout court(somente e mais nada) um movimento de extrema direita.
A MORTE DE UM IMPERADOR
Livraga morreu de em Madrid no dia 7 de outubro de 1991, nós não sabemos se seu último desejo era isso:
“[Na morte do Comandade Supremo] dever;a ter 5 dias consecutivos de homenagens, onde cada Acropolitano deve participar. O sarcófago com o corpo deverá ser guardado constantemente em turnos de Machados e representantes das 3 Forças Vivas. O catafalco deverá ser coberto com a Bandeira da Acrópole com faixas das cores de cada bandeira nacional dos países onde a OINA está presente. O Símbolo Supremo da Águia Solar deverá estar na cabeça. Deverá ser mantido queimando incenso, e música clássica apropriada deverá ser tocada, docemente. Isso deverá ser seguido por dois dias de orações e cerimônias para os membros Machados somente, dirigidos pelo Guardião dos Selos. Ao fim do sétimo dia, o corpo no sarcófago deverá, se possível, ser cremado. As cinzas deverão ser mantidas numa urna em forma de pirâmide, para serem colocadas um dia num futuro “Panteão”. Ao mesmo tempo devem ser mantidas escondidas e em um lugar seguro. Isso não sendo possível, as cinzas deverão ser jogadas ao vento na aurora(36)
Depois do corpo falecido do Comandante Mundial ter sido cremado—ou enterrado, caso a cremação não seja possível— o novo Comandante Mundial deverá ser proclamado publicamente e deverá Jurar como Comandante Mundial. Então cada Comandante presente deverá jurar obediência a ele, e um “Brinde Romano”deverá ser feito para celebrar a sucessão do Império(37)
REFLEXÕES
A primeira reflexão tem a ver o que todos perguntam sobre os fundadores de um culto: eles acreditam em si? O, como é geralmente sugerido, é meramente um jeito original de fazer dinheiro?
A “verdade”que Livraga geralmente gostava de falar tem aspectos diferentes. Em primeiro lugar, tem uma “verdade”teosófica, uma série de doutrinas pelas quais, claro, ele não é o responsável, embora ele era o responsável por adotá-las de acordo com a sua própria fé, e portanto como a do movimento que ele começou. Essa doutrina tem ensinamentos definitivos sobre reencarnação e “raças humanas”, e uma conseqüência de aceitar essa doutrina é que os Acropolitanos “mais íntimos”acreditavam serem reencarnações dos antigos Atlântis. Mas Livraga realmente acreditava no que ele contava sobre si mesmo? Provavelmente numa ampla extensão, não. Ele mesmo era o primeiro a nos dizer para “fazermos teatro” e para insistir que qualquer meio era aceito para acelerar o crescimento do movimento, se baseando nos ensinamentos de Blavatsky, que as pessoas que não estão “maduras”o bastante para entender a verdade devem ser enganadas a respeito. A verdade não é meramente uma questão de presença, é também uma questão de abstinência: e aqui a enorme quantidade de elementos não mencionados ou omitidos por razão de oportunidade dentro da organização(começando pelo simples fatos como o fracasso de uma aula para atrair muitos ouvintes, ao desaparecimento da também co-fundadora do grupo) mostra a falsificação intencional( nós líderes dentro do movimento éramos, claro, cúmplices ativos disso).
Contudo, de uma outra forma, Livraga provavelmente “acreditava”. Acreditava que ele tinha uma missão extraordinária, o que lhe deu o direito de pisar nas outras pessoas; e provavelmente ele tinha também uma grande dificuldade de distinguir entre fato e realidade. Aqui seus seguidores, prontos para satisfazê-lo em cada desejo, claro tem grande importância.
Eu pude ver como importante esse folie à deux poderia ser enquanto seguia uma transformação progressiva de uma líder da NA, uma mulher extraordinária inteligente sensível e determinada, que sacrificou sua saúde física e até mental para a organização. Ela costumava entrar em estados onde ela via os “deuses”e os “mestres” demandando maiores sacrifícios para ela. Um dos episódios que me afastou do movimento foi quando, durante uma cerimônia, eu vi essa mulher se jogar aos pés de Livraga, com lágrimas escorrendo pela face enquanto ela falava com desespero: “Pai, pai, eu vou conseguir um castelo para você”. Enquanto isso ele olhava a cena, estático pelo que ele deveria ter pensado que aquilo era somente mais uma homenagem devido a sua pessoa.
Uma segunda reflexão envolve as complicadas relação entro o fundador de um culto e seus seguidores. Alguém faz o entendimento do fato de que o fundador vê no seu grupo uma extensão de seu ego, inseparável dele mesmo. Ele vê aqueles que pertencem ao movimento como seus próprios “discípulos”; tendo, ele mesmo, os trazido para a vida, suas vidas—assim como suas mortes—pertencem a ele.
A “verdade”, vagarosamente descendo e integrando a alma de cada discípulo, se torna a sua vida(do discípulo) dentro do grupo e o faz sentir como um herói/ator que ao mesmo tempo que desiste de tudo—incluído ele mesmo— na busca de integrar outras pessoas que somente assim podem ser resgatadas de um mundo que não tem mais verdade para oferecer.
A auto-negação, essa vida de pobreza estrita, que um observador de fora poderá enxergar como uma “humilhação Franciscana” é realmente o que dá o significado para a vida do acropolitano, e assim se torna uma razão para ter orgulho delirante. “Delirante” no sentido da falta de contato com a realidade em volta, que agora se tornou quase invisível.
Críticas ao relacionamento interpessoal dentro de grandes organizações perdem observação.(uma esplêndida exceção de Jerry Bergman, Te Problem of Mental Health and Jehovah`s Witnesses [O Problema da Saúde Mental e Testemunha de Jeová]. Clayton, CA, Witnesses Inc, 1992); enquanto outros meramente analisam os “ensinamentos dos fundadores”como s isso fosse a única realidade da organização. Mas isso facilmente se transforma em apologia pura e simples, por causa da alucinação de acordo com a qual o grupo é nada mais do que “o fundador mais suas idéias”, e isso é exatamente a idéia que um culto quer passar de si(mas é bem diferente da vida real dentro do grupo).
Livraga não tinha dez mil discípulos (ou talvez por volta de cinco mil na época de sua morte): ele tinha somente algumas dúzias de pessoas que participavam de seus cursos pessoalmente, ou de qualquer forma tinham uma relação direta com ele. Essas pessoas encontraram outros “discípulos” que na sua vez encontraram outros. O movimento assim pode ser entendido somente pelo estudo do papel desses muitos intermediários(em qualquer “sistema de venda piramidal”, os oficiais são muito mais numerosos no final do que o número de soldados de base), que geralmente vêm o fundador por algumas poucas horas somente, todo ano em circunstâncias muito formais.
O caráter de Livraga era mais um obstáculo do que uma ajuda para se espalhar o movimento. Enquanto os “professores” intermediários sempre fascinavam sua audiência, Livrava fazia realmente uma outra impressão.
No dia 10 de novembro de 1986, os líderes italianos conseguiram colocá-lo na lista de palestrantes na conferência no final na notória campanha de limpeza de Roma, organizada em parceria pela NA e o diário II Messaggero(que por 30 dias deu publicidade grátis ao culto), realizada na Sala della Protomoteca no Capitoline Hill em Roma, e freqüentado por políticos, pesquisadores do fundo-estatal CNR, ambientalistas eruditos e jornalistas(incluíndo Andrea Todisco, diretor geral do Ministério do Meio-ambiente e Vittorio Emiliani, diretor do II Messaggero).
Ao que os políticos falavam, a juventude das “Forças Vivas” comunicando-se por rádio formavam um muito óbvio corpo de guarda-costas. Quando a vez de Livraga falar apareceu, ele deixou a platéia incerta se era para rir ou não, quando ele começou a falar das “Águias da Roma Imortal”e disse, “Eu, um filósofo, convido vocês jovens a seguir esses senhores”, apontando para o grupo assustado de políticos.
A mistura de misantropia, vaidade e luxúria que eram característicos de Livraga o fizeram difícil de se apresentar aos “discípulos”, assim como seus escritos irados, simplistas e superficiais eram silenciosamente censurados.
As poucas pessoas que eram “capazes de entender”Livraga estavam, contudo, totalmente prontas para se derreterem na sua frente. E essa se tornou a ferramenta principal para adquirir novos seguidores: mais do que palavras, o que convencia as pessoas era a boa fé deles, o rigor e a coragem das pessoas de viver vidas aventurosas e difíceis para espalhar a organização.
Não se deve subestimar o poder da vontade. Acrópole foi construída pela sua liderança, que sacrificaram suas saúdes físicas, e freqüentemente suas saúdes mentais também, para fazerem as ordens de Livraga. As filiais tinham histórias difíceis: o fundador da filial em Grenoble, na França, viveu por meses dentro de uma caverna desde que ele não tinha dinheiro para alugar um quarto. Fome com freqüência era uma rotina. Ao contrário da opinião comum, esses são os líderes que dão o máximo, desde que não muito poderia ser pedido de seus novos seguidores, e porque o maquinário funciona na base do exemplo dado por aqueles que estão no topo à aqueles que estão abaixo.
Entendendo a importância das lideranças intermediárias nos ajuda também a resolver a questão de como um movimento pode sobreviver a morte de seu fundador: o desaparecimento de um totem remoto, imortal de qualquer forma, não muda o mecanismo piramidal que já estava funcionando.
Na Itália somente os líderes mais altos tinham um culto de personalidade com Livraga. Nós costumávamos dizer que sem ele, nada de “Acrópole” teria existido; Eles costumavam sussurrar contos, alguns sagrados, outros divertidos sobre ele. Nós comumente repetíamos suas piadas e anedotas, tentando em vão, imitá-lo. Nós geralmente achávamos suas maneiras um problema, desde que nós nos arriscamos a perder nossos “discípulos” por causa delas. Basicamente, as pessoas tinham um pouco de medo dele.
A mentalidade em outros lugares era bem diferente. O boletim da NA no Peru mostrou um desejo infantil de três acropolitanos, vestidos em uniformes das Forças Vivas, os braços estendidos na saudação romana e em letras garrafais, as palavras “AVE, FATHER JAL”. O Comandante Peruano costumava colecionar todo objeto que tinha a ver com ele (por exemplo um copo em que ele tinha bebido) e colocá-lo em uma vitrine.
Embora alguns acropolitanos me dizerem que “em seu coração, JAL não amava essas coisa s”, ele certamente nunca fez nada para desencorajá-las. Só é preciso pensar em seus decretos que ele simplesmente assinava “YO” (“eu).
Ao mesmo tempo, uma compreensão do papel da liderança intermediária não nos pode fazer esquecer que estamos falando de um sistema totalitário. Numa estrutura piramidal a vida do discípulo é radicalmente condicionada por um isolamento progressivo, controlado pelo mecanismo como um todo. Cada relação humana é hierarquizada atraves de uma introdução de um sem-fim de graus e tarefas. Todo mundo está sempre “acima”de alguém (a quem deve inspirar com seu exemplo, nunca permitindo a si mesmo uma fraqueza humana ou uma dúvida), e ainda abaixo de alguém mais ( a quem um deve sempre mostrar ao outro a sua melhor face).; pessoa s do mesmo grau só se encontram em eventos muito bem controlados. Isso significa que não tem isolamento somente em relação ao mundo exterior(sempre denunciado pelos críticos de culto) mas também um isolamento quase total dentro do grupo. Comunicação interna são quase sempre expressada exclusivamente por contabilidade de atividades triunfais ou cartões de cumprimento retórico.
Nesse tipo de solidão(que, após uma euforia inicial rapidamente leva a depressão, apesar dos sorrisos obrigatórios), até mesmo o líder está sobre a misericórdia da organização, e a informação sobre sua conduta imediatamente sobe na corrente da hierarquia, ao topo que pode decidir de expulsá-lo a qualquer momento.
Expulsão é tão sério quanto o exílio costumava ser nos tempos antigos: a pessoa já não é tão jovem, mas aprendeu pouco sobre qualquer uso prático, exceto a arte de falar em público; e toda referência de ponto está perdida, como os nativos americanos que, sem qualquer orientação, simplesmente se assentavam na calçada e morriam.
MIGUEL MARTÍNEZ
e-mail: kelebek@imolanet.com
site: http://www.kelebekler.com/cesnur/txt/liv-gb.htm
1 A organização falou depois à imprensa, em vários momento que eu era um “Fundamentalista Islâmico”, um “Extremista de direita”e “próximo(comprometido) com grupos anarquistas. Minha carreira ma organização mostra que o líder máximo confiou em mim totalmente, e o fato de eu ter escolhido liberdade colocou os líderes da organização numa posição inevitável para ter que explicar os erros dos líderes que tendem pensar sobre eles mesmos como infalíveis.
A informação nesse artigo é baseada em parte em documentos que eu tenho, parte em documentos pessoais, que são, no entanto, suportado por outros ex-membros. Em qualquer caso, eles se referem exclusivamente sobre a situação da NA antes de 1990.
2Tiempo, 13.05.85; Garbo,17.06.85; Faszismo,11.92; La voz de Galicia, 11.06.93
3 Entrevista com Livraga no Messaggero Veneto, 21.1.1984
4 Alguns desses títulos foram doados pela Universidade Internacional de Moctezuma, do espanhola alto intitulado Imperador Asteca Guilhermo Grau; outros foram dados pela controversa “Burckhardt Academy”.
5 Estes recebem uma insígnia na forma de um machado de dois gumes. Para evitar qualquer processo judicial, digamos que a semelhança ao franchisque do Regime Vichy na França (1940-44) seja mera coincidência.
6 Nos anos 80, eu às vezes tinha que pegar algumas cartas que seu filho escrevia para ela de Roma até a caixa dos correios. Ele costumava nos dizer que ela não tinha nem idéia do que o seu filho— agora com mais de cinqüenta — estava por fazer, mas que ela sempre lhe dizia para vestir um suéter quando o tempo esfriasse.
7 Claro que eu estou me referindo somente às palavras de Livraga.
8 Mameli-Morelli, Damodar, II Maestro per I’Età dell’Acquario Bresci, Torino 1978
9 Testemunho de um aluno belga Anne Schreur, na B. Filliaire, Le grand décervelage, p. 195, citado em Neue Akropolis: Sekte mit braunen Flecken, AK gegen die Neue Akropolis, Hamburgo, 1997
10 Como um ex-líder do grupo, eu claro sei a verdade, mas eu não escrevi esse artigo para dizer minha experiência pessoal.
11 A última versão dos Artigos da Associação do braço da NA na Itália, da primeira metade dos anos 80, fala de três organizações internas que davam serviço voluntário e ecológico, com uniformes descritos de serem “aqueles iguais aos do corpo de bombeiro”. No entanto, testemunhos sobre organizações paramilitares dentro da organização da NA datam de muitos anos atrás, antes da organização na Itália decidir ir para o “voluntariado” ou “ecologia”. Testemunhos idênticos vêm da França e Espanha, onde a instituição se tornou interessada em ecologia até mais tarde.
12 PRESIDENTE: “Parece que o movimento tem uma hierarquia muito bem estruturada?”
FERNANDO FÍGARES(FF): “Senhor presidente, você sabe o quão poderosas podem ser as palavras...”
Quando o presidente citou os textos atribuídos à NA onde explicitamente mencionava os Corpos de Segurança(ou Brigadas de Segurança). a hierarquia, os uniformes, e as saudações Romanas, as primeiras respostas de Fígares foi dizer que “esses eram textos que foram roubados de nossos arquivos”; imediatamente depois, ele diz “nos formalmente negamos que esses documentos são nossos” e então termina dizendo “eles “são notas tomadas por um aluno nossos” durante a reunião no Uruguai em 1969.
PRESIDENTE: “Você também nega que a saudação romana é usada dentro da NA?”
FF: “Agora estamos falando de crenças... Se você tiver interesse eu posso responder esse tópico, o que cairá dentro do domínio de crenças e gestos rituais.”
Realmente, Fígares nunca respondeu, simplesmente mudando de assunto.
13 Isso é totalmente irrelevante. Por exemplo, uma carta escrita por Schwars( e nunca negada por ele) apareceu na imprensa francesa, finalizada com um cumprimento peremptório no nome do deus Hermes. alguém precisa dar uma busca rápida da Encyclopaedia Judaica, s.v “Herem”, para ver que o politeísmo implica automaticamente na exclusão da comunidade Judaica, o que é estranho como o governo de Israel tolera uma organização acusada em toda Europa de ser “Nazista”. Algumas pessoas já associaram a legalização da NA em Israel com uma importante encenação feita pelos principais líderes da NA dentro da indústria militar aeronáutica francesa, mas claro que a conexão é difícil de ser provada.
14 Um livro recente é II Quarto livello pelo ex-juiz Carlo Palermo que associa cultos, bancos e neonazismo, “mulçumanos sectários”numa mesma mesma conspiração dirigida pelos... “aristocratas venesianos”. A idéia é tomada por ser uma coisa de mercado de ações e barril das fantasias de Lyndon LaRouche, um gur americano acusado(erroneamente, na verdade) de ser “um dos principais líderesda internacional negra[facista]. ( por exemplo em Claudio Fracassi, II Quarto Reich).
15 Reflexões similares podem também fazer referência a outros grupos. O ‘Comunismo” do reverendo Jones, o autor do suicídio em massa de Jonestown tem sido com freqüência apontado, mas essa adição ideológica não faz sentido que Jones nunca estivesse pronto para atua próximo a ou em comum com outros movimentos de organizações, que ainda é um culto no sentido mais amplo da palavra.
16 A “Raça Ariana”inclui “europeus”mas também judeus e indianos, ao passo que, não inclui chineses nem japoneses, ou especialmente os negros, a raça mais baixa no estágio da humanidade dentro da “grande corrente(roda) da evolução”.
17 Jorge Angel Livraga em Mandos, n 43, “XXXI ano do triunfo”(1990). A secretaria de imprensa da NA na Itália reconheceu esse texto, mas explicou como a seguir: “isso significa que cada um sempre tem esperança que no futuro haverá pessoas mais capazes do que nós somos. Livraga costumava usar expressões fortes quando necessário. O significado é que uma idéia precisa ser nutrida, e cada um de nós, em comum senso, um fertilizador. Isso é o que quis ser dito com esterco”. (Claudio Robimarga. entrevista com La Nuova Venezia, 22.11.91).
18 Nota da Sociedade Teosófica, no Glossario Teosofico de H. P. Blavatsky, Ed. Sírio, Trieste, 1967. A primeira edição dos “Três Princípios” falava das filosofias e das ciências dos Arianos.
19 Por exemplo, uma “ciência”muito antiga da astrologia estava quase que extinta quando mais uma vez, numa maneira totalmente diferente, foi proposta novamente pela fundadora da ST, Madame Blavatsky.
20 Massino Introvigne, um dos poucos autores italianosa escrever sobre NA, ignora esse aspecto fundamental. Ele toma como um texto significante um artigos que apareceu na França( uma tentativa local para expressar o conteúdo da teosofia em termos intelectuais), e o livro de Livraga “The Spirit of Nature”. Realmente, toda a ideologia da NA já está presente nos clássicos teosóficos do final do século XIX.
21 Livraga fez também um discurso estranho afirmando que Pinochet teria oferecido a ele o Ministério da Educação no Chile. Livraga afirma que rejeitou desde que queria o Ministério do Interior, para “resolver” o problema Comunista de uma vez por todas.
22 O termo “egípicio” ( difícil de reconciliar com aquilo que Livraga escreveu na Almena, onde — além das figuras fantasmagóricas de “K.H., S. e M.”, o único “mestre”parece ser o indiano Sri Ram) é muito ambiguo ( e reminescente do “Gran Cofto dÉgitto”, Cagliostro de Palermo).
23 Hipótesis da arqueologia recente de acordo que a bela Nefertiti, sua esposa, poderia ser um homem, foi pega por alguns acropolitanos , que caracteristicamente misturaram com esoterismo as falas barracks, dizendo que Ikhnaton era um homossexual( maricón).
24 O último artigo foi realmente escrito por uma personalidade de fora, um diretor de um cetro obscuro de pureza racial; mas cada um desses artigos eram aprovados por Livraga que ficava em Madrid a maior parte do ano e era muito interessado na revista.
25 Artigo 1 e 2 do Decreto do Comandante Mundial 7 de 1981.
26 Um dos “Mestres” de Blavatsky era “Imperador, e Imperador é também um cargo hoje em dia nos grupos Rosacruz ( o ocultista Sedit, no seu History of Rosicrucians, por exemplo, diz que “um estado de tradição onde o Imperador ainda existe; sua função é política”)
Na antiga Maçonaria francesa, os altos graus eram um “Conselho de Imperadore”. Ron Hubbard, fundador da Scientologia, parece ter preferido a versão feminina: segundo Jon Atack (A Piece of Blue Sky, Carol Publishing Group, Nova York, 1990, p101), ele certa vez declarou ter escrito Dianetis em três semanas sob o ditado de uma entidade que se intitulava “Imperatriz”
27 Alguns meses depois, Ada Albrecht iniciou a sua própria organização, a “Associação Hatinapura”, apresentada primeiramente na América Latina, mas recentemente também instalada na Espanha. Sobre essa organizaçõ voc pode encontrar duas páginas de crítica: (http://www16.brinkster.com/ayudasectas/testimonio5.html)
e (http://www16.brinkster.com/ayudasectas/hastinapura01.htm) ambas em espanhol.
28 Nos era dito que o nome Seraphis se referia a uma divindade egípcia. Mas em um discurso, Livraga disse que na verdade era uma entidade de Blavatsky, “Mestre Seraphis”( ou “Mestre S”), suposto de viver no Himalaia e quem Livraga afirmava ter “conhecido pessoalmente”.
29 Em um artigo típico no El Bastion Livraga defendia Blavatsky contra seus “caluniadores”, incluíndo o autor italiano Julius Evola, que ele descreveu como sendo um “Católico fanático e Integrista”. O pagão Evola na verdade brigou com Mussolini, rejeitando a Concordata como um compromisso inacietável com o cristianismo.
30 Decreto do Comandante Mundial 14, 1973. Livraga quando impunha multas ficava entre dólar e franco suíço, dependendo qual a taxa de câmbio era mais favorável a ele.
31 Os armas descobertar pela polícia nas filiais da Grécia ou pelo jornalista Pepe Rodrígues no castelo de Santiuste eram provavelmente mais recreacionais do que práticas.
32 A.P. Sinnet, La vita straordinaria di Helena Petrovna Blavatsky, roma, 1980,p. 81
33 Almena, n. 81, 15.05.89.
34 A estátua construída por um arquiteto Maçônico e inaugurada pelos romanos numa cerimônia imposta em 9 de junho de 1889 é venerada hoje em dia com flores colocadas pelos anarquistas e racionalistas; porém, a Brigada Feminina da NA são os que mais colocam coroas regularmente no monumento.
35 Por exemplo Annie Besant, a segunda presidente da Sociedade Teosófica afirmava ser a reencarnação de Giordano Bruno.
36 Decreto do Comandante Mundial, 5, 2b, 1981
37Decreto do Comandante Mundial, 5, 2d, 1981. O “Brinde Romando”significa tomar de uma vez um copo de vinho, na parte baixa da taça era escrito o nome de uma divindade Greco-romana. O nome era tomado de ser um símbolo de significados.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
História de Um Imperador - Jorge Angel Livraga Rizzi Fundador da Nova Acrópole
Por : Miguel Martinez
fonte: http://www.kelebekler.com/cesnur/txt/liv_por.htm
Uma analise mais detalhada do método e de erros factuais cometidos por Introvigne podem ser encontrados nesse mesmo website.
apresenta uma fotografia totalmente errônea sobre a natureza da Nova Acrópole.
Apresenta uma relação errônea— e algumas vezes deliberadamente falsas— de opiniões e provas do único ex-membro citado por nome, Miguel Martinez.
Para responder essa dúvida, aqui está o texto que eu escrevi e publiquei na revisão “Religioni e sette nel mondo (Bologna, ano 3, número 3, setembro de 1997). O estudo de Introvigne apareceu muitos meses depois desse artigo. Agora, Relligione e sette nel mondo é a única publicação na Itália a lidar com assuntos de cultos, e Introvigne esteve por algum tempo à margem. Assim podemos tomar como certo que Introvigine leu o meu artigo.
Bastet (ADA)
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5 comentários:
A favor de Nova Acrópole
Meu nome é Michel Echenique.
Fui citado no Blog varias vezes, portanto, quero apresentar o meu depoimento:
Infelizmente não tenho com quem conversar, salvo com o demiurgo.
Demiurgo significa “Deus Criador” e você assumiu essa identidade...
Sou uma pessoa publica, muitos me conhecem, mas eu não te conheço.
Você se apresenta como Deus e deve ser a razão pela qual você se acha no direito de julgar aos demais, e sinto o cheiro de inquisição pelo ar, já que você se sente no direito não só de julgar como também de condenar.
Li com atenção toda a sua apresentação e vejo claramente que você usa para falar de Nova Acrópole técnicas de desinformação e de manipulação, já que você coloca reflexões de acropolitanos fora de contexto e as reduz.
Vou começar pelas da desinformação:
Você diz que Nova Acrópole se declara como escola de filosofia clássica, mas você esta desinformando a opinião publica com essa afirmação, já que Nova Acrópole se declara como Escola de Filosofia a maneira clássica – o prefixo “a” denota que a palavra clássica é genérica – mas do jeito que você a expressa é especifica.
Em termos gramaticais a diferença é sutil, mas em termos reais é significativa: Escola de Filosofia a maneira clássica significa uma escola de Filosofia dentro moldes tradicionais como a escola pitagorica, platônica, socrática, aristotélica, etc., ou seja escolas onde se aprende a viver! Não apenas pensar.
O fato de que hoje a filosofia é acadêmica não nega essa outra possibilidade, e nem significa que a filosofia seja só acadêmica.
Você também desinforma quando apresenta informações que já giraram o mundo há 30 anos atrás, e faz parecer que são de atualidade!
Todas as acusações que você faz, já foram feitas outras vezes e inclusive aqui no Brasil, e já foram esclarecidas, em vários Orkut, onde foram amplamente expostas, e ficou comprovado que não passavam de montagens e interesses comerciais de faturar caluniando e difamando Nova Acrópole.
As pessoas que fizeram essas acusações são profissionais que vivem disso – caso de Pepe Rodrigues. E você volta a levantar as mesmas questões. Por acaso você está ganhando alguma coisa com isto? Porque os outros estavam.
Por outro lado você coloca palavras na minha boca e de outros, tais como “que eu teria dito e que outros teriam dito” – e isso é Manipulação, já que você não pode criar personagens fictícios para manipular a opinião publica.
Você se diz ex-membro de Nova Acrópole, eu também poderia dizer que sou ex-membro de qualquer coisa, se não coloco meu CPF, meu nome ou meu RG quem pode saber se é verdadeiro ou falso? Porque no fundo as informações que você passa assumindo a identidade de ex-membro não são verdadeiras! É provável que você tenha ouvido de outros e isso é simplesmente rumor.
A questão é que se Nova Acrópole tudo o que você fala e toda a desinformação que você transmite, como é possível que Nova Acrópole continue existindo em todos os paises onde você diz ter sido exposta?
Nova Acrópole existe faz 51 anos, em mais de 50 paises no mundo, e isso é um fato Categórico, já que se fosse o que você está querendo desinformar e manipular, os governos já teriam tomado alguma providencia. Você crê que as pessoas são tolas?
Por ultimo você fala de um símbolo secreto e coloca no blog um decalque...
Eu ainda tenho mais de 200 decalques como este e já distribui mais de 1000 para pessoas interessadas, que gostaram dele e que queriam colocar no carro... e talvez você se encontre com ele em alguma rua no Brasil em algum carro de alguém que gostou dele... você pensa que isto é um símbolo secreto?
Se você quer ir mais longe podemos comparar o que você publicou e os decalques que tenho. De qualquer forma, isso é um inicio de uma conversa. Se tem interesse no tema, como demonstra estar, poderemos continuar conversando. Dialogar é bom.
Fatos a favor de Nova Acrópole
Meu nome é Atanibio Boell Júnior, vivo em Florianópolis e participo de Nova Acrópole desde 1988.
Também quero dar o meu depoimento e falar dos fatos que constato em Nova Acrópole. Fatos que qualquer pessoa pode constatar ao visitar esta instituição aberta ao público, onde pessoas reais, com nome, endereço, profissão, família e boa vontade promovem a cultura e o voluntariado.
Acho importante apontar fatos sobre o assunto, pois ao ler o objetivo anunciado desse blog - “simplesmente demonstrar material que possa determinar se Nova Acrópole é uma seita ou não” – fica a impressão que se trata de um diálogo para esclarecer uma hipótese – “se é uma seita ou não”. Mas o que se vê apresentado a seguir não é a investigação séria de uma hipótese. Tudo é apresentado a partir de um conceito já estabelecido, um preconceito. Nova Acrópole já foi julgada e condenada. E também todas as pessoas que participam de Nova Acrópole já foram julgadas e condenadas, pois Demiurgo pergunta “E quem entra em Nova Acrópole é maluco, doente ou coisa parecida ?” Então quem entra em Nova Acrópole somente pode ser maluco, doente ou coisa parecida ? Não cabe a possibilidade de que sejam pessoas normais e sensatas ? Parece que não. Então, o que parecia um objetivo sério se revela uma tentativa de desinformar e manipular a opinião do público que lê este blog.
Por isso, falo do que pode ser constatado por quem vai à Nova Acrópole. Quem vai à Nova Acrópole encontra uma variada programação de atividades culturais: palestras, vídeos-debates e apresentações artísticas. Quem vai a Nova Acrópole interessado em conhecer a Filosofia à Maneira Clássica tem a possibilidade de assistir aulas de apresentação, onde são apresentados a instituição, o programa do curso, as condições em que ele se realiza; onde as pessoas podem perguntar, dialogar e decidirem se o que Nova Acrópole oferece lhes interessa. Muitas pessoas são apresentadas à Nova Acrópole e à Filosofia à Maneira Clássica. E o fato é que elas reagem de forma particular, de acordo aos seus interesses e convicções, alguns não vêem nada que lhes interesse, outros selecionam alguma atividade da agenda cultural que lhes interessam e assistem a uma palestra ocasionalmente. Há os que se interessam em participar das atividades como Trilhas Ecológicas, limpeza de praias e iniciativas de voluntariado. Há os que se interessam pela proposta de Nova Acrópole e dedicam voluntariamente parte do seu tempo para que tudo isso seja feito. Não creio que essas pessoas gostariam de ser classificadas como malucas, doentes ou coisa parecida.
Se realmente se trata de demonstrar e constatar algo sobre Nova Acrópole, ou sobre qualquer outra instituição, o melhor é ver com os próprios olhos. Os endereços das sedes de Nova Acrópole por todo o Brasil está no site www.nova-acropole.org.br . e elas estão abertas para que qualquer pessoas veja por si mesma e chegue a sua própria conclusão.
Qual é o objeto em discussão do blog? A Nova Acrópole ou a identidade do autor do Blog? Os fatos sobre a Nova Acrópole estão ai. Passaram a não comentar sobre eles. E os símbolos internos; cumprimentos; crenças; exercícios esotéricos; estudos teosóficos;etc? A Nova Acrópole tem isso ou não? Essa é a questão em si. É verdade ou mentira essas coisas? O Questionário é o centro da discussão. Não parece que ninguém está caluniando ninguém aqui. Está é em uma busca de informações... E os Acropolitanos começaram a agir estranhamente, se dizendo advogados e defendendo a NA de ataque nenhum. Atenham-se às informações... e ai, a Nova Acrópole tem alguma coisa de religiosidade dentro da sua estrutura ou isso é lorota?
Acredito que o fundador da NA teve alguns distúrbios na vida. E também acho que sofria de algum tipo de esquizofrênia. E mais a mais, tudo que nos faz mal ou nos tortura, seja da forma psicológica ou física não deve ser compartilhada ou difundida. Digo isso porque a instutuição NA, para os que aderem ao sistema e acabam por se tornar um "dirigente", são colocados frente a um esquema de vida bastante rígido. Onde os "mestres" se mostram como infalíveis e que a única história é a dinfudida por eles. Além do que, passar noites, madrugadas, fins de semana, ouvindo as palavras, nem sempre harmoniosas, mas muitas vezes agressivas, não só para nosso organismo, como para nossa alma, não é bom e nem correto para nosssa saúde, seja em que nível for.
Bom, o tempo que vivi entre os "acropolitanos" e sendo um também foram válidos, principalmente para dar mais valor aos meus minutos de vida. Hoje, entre passar uma noite sendo "xingado" ou "humilhado" por não ter ido numa panfletagem e ficar em casa fazendo amor com minha mulher, 100% ficarei em casa. Ah, os "mestres" nos chamavam de "amanasas" (sem mente) e de fetos. Fala sério, vale a pena viver assim???
Bom, as vezes atraímos certas coisas para nossa vida para nos fortalecer e nos melhorar. Para mim a NA serviu para isso. Hoje vivo muitíssimo feliz e agora que consegui perceber o poder manipulador da NA e seus dirigentes que pode danificar de tal forma nossa personalidade. Mas pode-se reclamar agora? quem escolheu fui eu mesmo. Não tinha garantia de devolução do tempo e do dinheiro colocado. HEheheh, enfim, acabo por rir dessas coisas da vida!!!
Acredito que o fundador da NA teve alguns distúrbios na vida. E também acho que sofria de algum tipo de esquizofrênia. E mais a mais, tudo que nos faz mal ou nos tortura, seja da forma psicológica ou física não deve ser compartilhada ou difundida. Digo isso porque a instutuição NA, para os que aderem ao sistema e acabam por se tornar um "dirigente", são colocados frente a um esquema de vida bastante rígido. Onde os "mestres" se mostram como infalíveis e que a única história é a dinfudida por eles. Além do que, passar noites, madrugadas, fins de semana, ouvindo as palavras, nem sempre harmoniosas, mas muitas vezes agressivas, não só para nosso organismo, como para nossa alma, não é bom e nem correto para nosssa saúde, seja em que nível for.
Bom, o tempo que vivi entre os "acropolitanos" e sendo um também foram válidos, principalmente para dar mais valor aos meus minutos de vida. Hoje, entre passar uma noite sendo "xingado" ou "humilhado" por não ter ido numa panfletagem e ficar em casa fazendo amor com minha mulher, 100% ficarei em casa. Ah, os "mestres" nos chamavam de "amanasas" (sem mente) e de fetos. Fala sério, vale a pena viver assim???
Bom, as vezes atraímos certas coisas para nossa vida para nos fortalecer e nos melhorar. Para mim a NA serviu para isso. Hoje vivo muitíssimo feliz e agora que consegui perceber o poder manipulador da NA e seus dirigentes que pode danificar de tal forma nossa personalidade. Mas pode-se reclamar agora? quem escolheu fui eu mesmo. Não tinha garantia de devolução do tempo e do dinheiro colocado. HEheheh, enfim, acabo por rir dessas coisas da vida!!!
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